O processo de desenvolvimento infantil é complexo e apresenta muitas nuances. Para a sua efetivação, dois polos de interação são imprescindíveis. De um lado, a intervenção dos adultos que representam alteridades para as crianças, que comparecem como bússola e equilibradora e que se efetiva através de estímulos, cuidados, afeto e limites. Do outro, as vivências entre as próprias crianças, que ampliam as possibilidades de crescimento e maturação cognitiva em campos diversos, tais como a linguagem, a lógica e as habilidades psicossociais, e se efetivam através das brincadeiras, trocas e conflitos. 

É na relação com seus pares que as crianças são capazes de experimentar situações de interlocução verbal genuínas (incluindo-se aí a vivência simbólica, essencial para o desenvolvimento da linguagem) e vivenciam momentos em que precisam criar estratégias de resolução de problemas.

Queremos destacar que é exatamente neste convívio da infância, onde a ludicidade impera, que a atmosfera amistosa dela decorrente torna-se fonte e facilitadora de vínculos afetivos relevantes e constitutivos da existência e bem-estar do ser humano.

Assim sendo, por mais que os adultos se sintam aptos a estimular e amar as suas crianças, é fundamental que propiciem esta convivência. 

Brincar com os iguais é fundamental para a vida, para a aprendizagem e para felicidade das crianças.